sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A última noite


A lua insinuava-se sobre o livre céu da meia-noite, completa, brilhante, atraía olhares como um pólo oposto de um ímã...

Poderia ter sido uma noite como qualquer outra, mas o casal deitou-se na areia para contemplar aquela beleza natural irresistível. Poderia ter sido uma noite como qualquer outra, mas não seria mais. Seria uma noite como nenhuma outra...
A brisa marinha a fez recolher-se nos braços dele. Os contornos da face dela levemente iluminados pela Lua o fascinaram como nunca antes. Beijaram-se com as leves ondas anunciando cada vez mais aproximarem-se de seus pés descalços, trocaram olhares profundos e sorriram um sorriso espontâneo daqueles que revigoram o corpo e a alma...
A quietude noturna os fez recostarem seus corpos e observarem o reflexo lunar no mar, o encontro das águas e as pedras, o céu infinito repleto de constelações desenhadas. Levantaram-se e caminharam de mãos dadas pela areia molhada que era visitada pela água do mar. Repentinamente ele a conduziu para brincar nas ondas, para sentir-se livre no ar, para viver aquela paixão...
Sob a luz do luar com os mesmos pés descalços e dançantes nas ondas, ele foi ao encontro dos lábios dela e aquela noite parou no tempo. As palavras falhariam repetidamente em descrever tal sensação, tal momento vivido por tão poucos. Os dias seguintes seriam irrelevantes, aquela foi a última noite...
Sob a luz do luar o casal entrelaçou as mãos e caminhou pela areia, distanciando-se aos poucos. Poderia ter sido uma noite como qualquer outra. Foi uma noite como nenhuma outra, a última no tempo.

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