quarta-feira, 1 de junho de 2011

Origem do novo

Como é engraçado o mundo das motivações em que vivemos. Como somos tão incrivelmente afetados pela passagem de certas pessoas em nossas vidas. Em vezes são passagens tão curtas que mal conseguimos localizá-las no tempo quando se olha em retrospecto. Em outros momentos são pessoas as quais tiveram tanta permanência e influência que parece que algo ficou para trás quando os caminhos se divergiram. De todas as formas, cada encontro que vivemos fornece uma inscrição em nosso mundo, e certas inscrições são simplesmente potentes demais para permanecerem quietas. Elas populam nossas mentes, anseiam nos mover em direção a algo e impedem que mergulhemos no sono da inércia. É aqui que encontramos a força propulsora de muitos atos os quais não conseguíamos retirar do mundo dos desejos, o catalisador da transformação de imaginação em ação.
Há anos escrevo textos e crio poesias apenas para armazená-los na memória de meu notebook, remetendo-me ao parágrafo anterior, tal armazenagem ocorria em muito pelo simples fato de não possuir a confiança apropriada para expor os cantos mais irreverentes de minha mente, e também pela certeza de que não conseguiria ter a dedicação necessária para atualizar um blog de forma devida e contínua. Ambos os fatores parecem ter ficado para trás e hoje publico meu primeiro post.
A questão da dedicação foi superada entendendo que um blog deve servir ao propósito de liberar os pensamentos que lhe fazem buscar trocar informações com outras pessoas com os mesmos questionamentos, logo, deve funcionar no sentido do desejo, ao invés de torná-lo uma obrigação incômoda. Já a questão da confiança trouxe mais dificuldades e digamos que foi resolvida apenas parcialmente neste primeiro momento.
Deixando para trás as introduções preciso antes de mais nada, identificar que a superação de tais fatores se deu exatamente por uma destas “passagens” em minha vida. Passagem a qual gostaria que se tornasse presença devido à tamanha desestabilização dos meus alicerces.
Pode parecer contraditório por um breve momento, mas parece claro para mim que as pessoas as quais mais nos atraímos sempre trazem consigo um tipo de aparelho capaz de provocar abalos sísmicos na constituição da massa terrestre em nossos mundos internos. Quando tomo tal metáfora para expressar certas relações humanas, não falo apenas de relações amorosas, mas sim de qualquer relação afetiva. Falo de namorados, amigos, mentores e aprendizes, etc.. Alguém capaz de modificar não apenas uma, mas inúmeras estruturas antes concebidas como solidificadas em nossa arquitetura pessoal, acabam por receber um olhar de fascínio por nossa visão. Elas são geralmente capazes de nos complementar em características que nós mesmos não tínhamos conhecimento de tal necessidade de ajustamento. Demonstram tamanho domínio de certas faculdades e atitudes que uma mera demonstração costuma nos tornar fãs imediatos.
Acredito que são essas relações que dentre tantos fatores, são as que mais nos marcam e mais nos atraem no campo das relações humanas. Em última instância, identifico que essas relações são também as que mais produzem motivações para a condução de uma nova ação, de uma nova forma de pensamento e de conhecimento próprio e exterior. Em outros momentos, parece-me que nosso mundo é modificado de tal forma, que nos faz ativar desejos há muito adormecidos e colocá-los à tona. No meu caso, sei que agora me pergunto até onde tais motivações me levarão, e mal posso esperar para descobrir.
Desejo que tenha sido uma leitura agradável e até...

Um comentário:

  1. Me identifiquei muito com o texto e adorei! Vc retratou muito bem, o que sinto de vez em qndo. Escreva mais, vou sempre passar aqui pra ler os seus posts!

    Beijos,
    Manuella

    ResponderExcluir